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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ajuda: precisa-se!!

Às mulheres que ainda não recorreram à ajuda de um profissional porque, tal como eu tive, têm medo, aqui vão umas palavrinhas.
Antes de mais, não inventem desculpas para não marcar uma consulta. Têm que marcá-la o mais depressa possível! Para ontem! Não percam mais tempo porque a vossa cura depende só disso e da vossa força de vontade. Mais nada. Bastam esses dois ingredientezinhos para que alcancem o sucesso que tanto anseiam!
Eu também evitei as consultas durante muito tempo com as mais diversas desculpas (foram cinco anos a fugir delas…tive que inventar mais do que uma para me enganar a mim própria!!)…
“Agora não dá, ando cheia de coisas para estudar e aquilo devem ser horas e horas de espera no consultório”…por acaso devo ter tido sorte, porque o máximo que esperei pelas consultas foram dez minutos;
“Não posso marcar consulta porque não sei sequer a que especialista recorrer…psicólogo? psiquiatra? sexólogo??”… não há nada como tentar…das primeiras coisas que disse à minha psicóloga quando lá cheguei (que, já agora, tem a especialização de sexologia, e foi por aí que me decidi a consultá-la) foi que não sabia se estava no lugar certo, mas até estava!;
“Que vergonha, um especialista em sexualidade…o que é que será que as pessoas na sala de espera vão pensar que eu tenho para estar ali??” …primeiro: se elas lá estão é porque também têm algum problema, que não tem necessariamente que ser “melhor” que o meu, e depois…quem é que não tem os seus problemas??
“A psicóloga vai achar que eu sou parva…afinal todas as pessoas normais conseguem fazer sexo, certo?”…sim, tenho que admitir, realmente este pensamento conseguiu o primeiro lugar no top dos mais estúpidos. Mas o que eu temia mesmo era ser tratada de uma forma fria, insensível, por uma pessoa com quem eu sentisse uma distância que impossibilitasse uma aproximação que ajudasse a minha cura…pois bem, sorte ou não, calhou-me uma médica nova (o que para mim, que ainda mal me sinto adulta, me ajudou muito) e que percebeu a verdadeira dimensão do meu problema (aliás, era mesmo especialista no assunto) e me apoiou desde o primeiro minuto. É verdade que em todas as áreas há profissionais bons e maus, mas também não nos podemos esquecer que quando está em causa um domínio tão íntimo da nossa vida como é a sexualidade, há que ter um certo perfil para a coisa ou então já teriam mudado de profissão porque não iam conseguir sobreviver às custas daquele ofício...
“Tenho que fazer mais uma tentativa de conseguir a penetração antes de me decidir então a recorrer a ajuda profissional”…ok, esta foi a que me soava melhor ao ouvido…afinal até faz sentido. Senão vejamos...a última tentativa já foi há tanto tempo, se calhar entretanto eu já consigo e escuso de estar a perder tempo e dinheiro… Até podem tentar mais uma vez…se estiverem com vontade de ter mais uma decepção. Já não chegaram todas as que já tiveram antes? A dura verdade é esta, por mais autónomas que possamos ser em todos os outros aspectos da nossa vida: este problema não se resolve sozinho. E daqui até vocês terem coragem de fazer a tal tentativa (falhada!!) antes de irem ao médico, vão se passar mais uns mesitos, que poderiam muito bem já ser os meses do tratamento!

São estas e muitas outras desculpas que nos impedem de acabar com o nosso problema o mais rápido possível. Fui a um site e estive a ler depoimentos de mulheres com este problema e fiquei assustada ao ler a quantidade de anos que certas mulheres passaram por isto. E eu que sinto que passei uma vida nisto…

Estes são alguns dos motivos que nós invocamos para fugir à ajuda de um profissional…mas e o que é que nos leva a, finalmente, marcar a bendita consulta?
Provavelmente, na maioria dos casos, o que me aconteceu a mim. Uma crise no relacionamento. A altura em que caímos em nós e nos apercebemos que ele, mesmo nos amando, não consegue esperar mais. O que até se compreenderia, não fosse o facto de os incentivos vindos da parte dele para eu marcar uma consulta terem sido muito poucos. Segundo o que percebi mais tarde nas minhas consultas, os parceiros das pacientes que sofrem de vaginismo também desenvolvem um certo perfil com umas determinadas características que eles adquirem para combaterem o problema à sua maneira. E, pelo que vi também nos depoimentos que já li acerca deste problema, eles normalmente são muito compreensivos (até ao dia em que, de repente, esgotam a paciência sem explicar bem porquê), mas talvez até demais. Reconheço que o facto de ele insistir comigo para um marcar uma consulta talvez não tivesse sido tão eficaz como foi o medo do fim da relação, mas, por tudo o que se criou entre nós ao longo dos anos, ganhei esperanças de que as coisas não fossem acontecer daquela maneira. Mas ninguém é de ferro! E a verdade também é que não foi exactamente por esse motivo que a nossa relação entrou em crise. Mas o facto é que foi, sim, uma grande ajuda.

Mas foi então num momento de crise que decidi marcar, finalmente, uma consulta. Como é óbvio num relacionamento de anos não foi a primeira crise que vivemos. Mas foi a primeira em que decidimos dar um tempo porque a nossa relação não estava mesmo nada bem. Depois de já não estarmos separados por imensos kms de distância, quando inclusive já estávamos a viver juntos há um ano (sim, é verdade, ele veio estudar para a mesma cidade que eu dois anos depois de mim e, por decisão dos meus pais (e também, verdade seja dita, porque o meu namorado estava à procura de casa para arrendar e era tudo demasiado caro) começámos a viver juntos), passámos por um momento bem complicado da nossa relação. Decidimos dar um tempo de uma semana no mínimo e foi nessa semana que fui à minha primeira consulta.

Só vos digo uma coisa. Bendita crise!! Porque a partir dessa semana tudo mudou. Para muito melhor. Só tenho pena quando penso que nem todos os casais têem a mesma sorte que nós tivemos e que muitos relacionamentos bonitos devem acabar à custa deste monstro que assola as nossas vidas… Por isso, mais uma vez (não me canso de repetir!!) não adiem a solução para o vosso problema. Não sofram mais nem deixem sofrer o vosso parceiro!

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