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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Os tempos que antecederam a primeira tentativa fracassada

Como já disse, foi no final de 2001 que passámos a estar mais tempo juntos, quando fomos para escolas perto uma da outra. E foi nesse ano lectivo, quando tínhamos à volta de 14, 15 anos, que os beijinhos começaram a deixar de ser suficientes. Com um namoro de dois anos e em plena adolescência, as nossas hormonas fervilhavam quando estávamos juntos. E a vontade de avançar começava a ser maior. Mas, nesse primeiro ano lectivo, isso não foi muito fácil visto que não tínhamos um sítio onde pudéssemos estar sozinhos. A minha casa era impossível por todas as razões e mais alguma. A casa dele ficava longe e, ainda por cima, ficava perto do trabalho da minha mãe. Mas, pior que isso, eu não conseguiria ir para casa dele sem pedir autorização à minha mãe (era parva…sim eu sei) e obviamente ela não me deixaria.
Começava a ser muito frustrante. Muitas das minhas colegas na altura já tinham namorados e eles iam a casa delas e vice-versa sem problema nenhum. E nenhuma delas namorava há mais tempo do que eu. Isso fez-me sofrer muito. Muitas lágrimas eu gastei à conta disso. Não era justo! Não com o amor que sentíamos um pelo outro. Mas era isto que eu tinha e era com isto que tinha que viver.

Foi um ano mais tarde que decidi ir a casa dele um dia depois das aulas para podermos namorar à vontade. Não num banco de jardim. Não numa sala de cinema. E sem me sentir “suja” por sentir desejo pelo meu namorado quando estávamos em espaços públicos. Parecia que era errado eu sentir desejo pelo meu namorado só porque não o podia satisfazer num ambiente propício. E não julguem que não chegámos a ter os nossos “divertimentos” em certos lugares que agora para mim são impensáveis, mas era depois desses momentos que eu ainda me sentia pior por não poder estar a fazer a coisa de outra forma…
Mas, como dizia, foi então um ano mais tarde que atingi o limite. Não dava mais. Nós precisávamos do nosso espaço. Só para nós. E então, um dia depois das aulas, decidi ligar à minha mãe a pedir autorização para ir a casa do meu namorado. Liguei. Mas ela não atendeu. Seria um sinal?? Sinal ou não eu não aguentava mais, nós não aguentávamos mais, e decidi ir. Sem autorização. Atrevo-me a dizer que foi o maior acto de loucura que cometi na adolescência :p!
E lá fomos nós. Muito nervosa, muito mesmo, não porque achava errado o que estava a fazer, não mesmo, mas porque tinha pânico de ser descoberta pelos meus pais. E finalmente tivemos o merecido momento a dois.
Não houve penetração. Nem sequer tentativas. Nessa altura, com 15 anos, eu não me sentia preparada (agora não sei se não estava mesmo preparada ou se já era um medo inconsciente) e nisso o meu namorado foi sempre super compreensivo (talvez demais…). E lá namorámos à nossa maneira. Foi bom demais. Podermos finalmente estar só nós os dois, a namorar à vontade. E foi tão bom que a partir daí passámos a ir à casa dele uma vez por semana. Eu ia sempre cheia de medo de ser descoberta, mas a contrapartida do medo superava tudo! Ainda me lembro bem da alegria que sentia nesse dia de manhã, no cuidado que tinha a escolher a roupa que ia usar, e no aperto que sentia no coração quando entrava no autocarro de volta para casa, pensando que ainda faltava passar uma semana para aquele momento voltar a repetir-se.

Uma coisa tenho que admitir. Nessa altura cada ida à casa dele era mais especial do que agora. Era mesmo muito especial. Era um dia perfeito. Nessa altura, em que cada passo na minha felicidade com ele era muito complicado de dar por causa dos meus pais, as coisas tinham um sabor mais especial. Porque é quando as coisas são difíceis de ter que damos mais valor a elas. Sempre foi assim. Com toda a gente. E comigo não era diferente. Mas, apesar disso, eu não dava mais valor ao F do que dou agora. Nem a ele nem a tudo o que amo na vida. Porque a vida tem-me ensinado a dar valor às pessoas, e eu tenho aprendido bem a lição. Não é por já se terem passado dez anos que deixei de pensar todos os dias no quão sortuda eu sou e no quanto amo o meu namorado. Porque se dizem que o tempo esfria as relações, pelo menos até agora não é isso que tem acontecido com os meus sentimentos. Pelo contrário, estão cada vez maiores. A cada dia que passa sou mais feliz com o F. Sou mesmo muito feliz com ele. E se calhar se não tivesse passado por tudo isto não dava o mesmo valor à minha relação. Mas diga-se de passagem que foi uma prova demasiado dura…

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