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domingo, 31 de janeiro de 2010

Vamos lá então experimentar a minha "grande" (pequena) aquisição...

Olá!
No último post contei que fui comprar um dildo anal para tentar inseri-lo, na vagina (isto para quem eventualmente esteja a ler este post sem ter conhecimento dos restantes), sem acreditar muito que fosse conseguir.
No mesmo dia em que o comprei, cheguei a casa, lavei-o com sabão e água a escaldar, e lá fui para a banheira acompanhada de um gel lubrificante.
Acreditem ou não (bendito gel lubrificante, é que ajuda mesmo MUITO!!)...entrou praticamente todo!! E querem saber qual foi o grau de dor? Do que me recordo, zero! Mesmo! Fiquei tão admirada! Mas é bem feita, para eu (aliás, nós todas!!) aprendermos que somos capazes de mais do que aquilo que julgamos, para acreditarmos nas nossas capacidades para a cura!
Foi um acto completamente mecanizado, nem por um segundo tive intenção de tornar aquele momento prazeroso. O objectivo era mesmo conseguir inserir aquela...coisa dentro de mim. E consegui tirar e pôr, com muita facilidade! Iupi!!!!
E foi tão fácil inserir o dildo, que foi basicamente a primeira e última vez que toquei nele. E daí a uns dias (poucos) lá voltei eu à sex shop. Mas o resto conto-vos numa próxima vez...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A famosa ida "às compras"

Olá a todos!
Eu sei que tenho andado ausente, mas como já sabem estou em altura de exames (fiz o segundo hoje...já só faltam dois!) mas antes do merecido descanso vou então deixar-vos com mais umas palavrinhas.
Então a sex shop... Pois bem, não conhecia nenhuma aqui em Lisboa (nem em parte nenhuma do mundo)...sim, confesso, sou um "bocadinho" puritana em certas coisas, não é por acaso que tive vaginismo, mas também quando uma pessoa tem um problema como estes a última coisa que lhe apetece é entrar numa loja e dar de caras com um monte de pénis (a maioria deles gigantes, que, acreditem, assusta MUITO uma pessoa que sofre de vaginismo!) e lembrar-se que não pode comprar nem 1/3 dos fenomenais brinquedos que lá estão porque...enfim...porque é uma pessoa "diferente". Mas não, daquela vez eu ia mesmo para comprar um desses "brinquedos" (que para mim ia servir de tudo menos de brinquedo mas adiante...).
E por falar em ser puritana, acho que não cheguei a contar que quando a médica me mandou comprar um dildo tive que chegar a casa e confirmar com o meu namorado do que é que ela estava a falar...pois é, não me lembro, até esse dia, de ter ouvido esse nome (sim, eu sei, não sou normal!).
Mas então toca a procurar na internet "sex shops em Lisboa" e pedir às melhores amigas do mundo para irem comigo (ainda nao tinha mencionado as minhas amigas, "peças" fundamentais na minha cura, por um motivo simples, mas isso deixo para falar num próximo post) e lá fomos nós às compras...
Que centro comercial manhoso, ainda por cima a loja era a última de todas, ficava lá bem no fundo, ou seja, toda a gente que nos viu passar já sabia ao que iamos (sim, eu sei, isso não importa! mas acreditem, eu naquela altura estava com a mania da perseguição, completamente!). Mas então lá entrámos. Estava lá um velhote muito entretido a investigar o que é que havia de filmes porno (na altura confesso que fiquei meia...digamos...impressionada, mas eu quero é que as pessoas sejam felizes, desde que não façam mal a ninguém para isso!). E então começámos a analisar a oferta...de facto tinha para todos os gostos, só não tinha grande coisa para quem não gostasse de "coisos" grandes (pois claro está, quem é que está interessado num vibrador fininho? imagino que não tenha lá grande piada...sim, imagino, porque ainda nao o usei para divertimento, náo é que tivesse problema mas prontos, não aconteceu).
E lá fui eu para os dildos anais, claro, os únicos com uma dimensão ponderável, dada a minha situação. As minhas amigas disseram logo que era muito pequeninho, que devia levar outro, mas na minha cabeça só pensava "tu nem esse consegues quanto mais! nao queiras dar um passo maior que a perna! elas não sabem o que é que tu sentes, tu sabes que nao consegues!". E então pronto, lá comprei o dildo anal. Não sem antes ter que me explicar à senhora vendedora porque é que lá estava e, principalmente, porque é que queria um "coiso" fininho...é verdade, eu não resisti em me explicar à mulher, acham normal? Só conseguia pensar "caraças, uma pessoa aqui que mal consegue enfiar um dedo na dita cuja e a mulher a pensar que sou uma depravada"...era mais do que eu conseguia aguentar (parva!!!!). Lá está, é por estas e outras que tive vaginismo...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mais um "olá"...e uma novidade!

Tenho um exame na faculdade amanhã por isso, por mais que não me apeteça estudar, também não consigo raciocinar direito para continuar a vos contar a minha luta contra o vaginismo...tenho que canalizar todos os esforços mentais para o exame!
Mas, antes de recomeçar no meu estudo (este intervalinho já vai longo, ia só jantar mas entretanto já vi um episodio duma série no pc, já fui ver as novidades no facebook...pois, tenho que voltar JÁ a enfiar a cabeça nos livros)....como ia a dizer, aproveito para vos dar uma novidade: ontem conduzi em Lisboa sozinha pela primeira vez!!! Tudo bem, foi uma voltinha pequenina aqui ao pé de casa, mas me aguardem...qualquer dia ninguém me pára!!
Eu, ao contrário do comum dos mortais, tive que gastar uns trocos e uns mesitos valentes na psicóloga para fazer duas das coisas que mais seres humanos no mundo fazem sem qualquer dificuldade: sexo e conduzir. É a vida meus amigos, cada um tem os seus obstáculos, e há quem tenha bem piores...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Só para dizer um "Olá"!

Já tenho quatro seguidores, muito bom =)! Cada vez escrevo com mais entusiasmo, e às vezes com pena ao pensar que daqui a algum tempo vou acabar o propósito que me levou a escrever o blog, que foi contar a minha experiência antes e durante o tratamento da vaginismo. Mas vou tentar continuar sempre a dar notícias e a vos dar força a todas as que precisem para se curarem, como eu!
Neste momento estou com pouco tempo para escrever, por isso vim só aqui deixar um "olá". Isto de ser altura de exames tem que se lhe diga...mas logo que tenha um tempinho livre volto para vos chatear mais um bocadinho =)!
Beijinhos a todos

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tabu

Neste momento a minha história já é conhecida por mais "algumas" pessoas, por causa da reportagem que já vos tinha falado. Se tenho receio de ser identificada? Tenho, um pouco. Quem é que não tem receio de que os seus conhecidos saibam os seus segredos mais profundos, ainda mais quando o que está em causa é aquilo que de mais íntimo pode haver na vida de um ser humano?
Vergonha não tenho nenhuma. Absolutamente nenhuma. Angústias também não. Já tive muitas, mas neste momento, graças a Deus (e a muito esforço da minha parte) estou curada. Tenho a vida sexual dita "normal".
Só por ter o tema "sexo" no título a reportagem foi muito mais lida que qualquer outra...é natural. Este tema interessa a toda a gente. Quanto mais tabus são os temas mais interesse despertam nas pessoas. Só tenho pena que o vaginismo também seja um tabu. Que não seja tão falado e conhecido como, por exemplo, o cancro da mama. Porque não? Como é óbvio, são dois problemas completamente diferentes.
Mas o vaginismo impede uma vida sexual normal! Não a impede por completo mas, acreditem, é muito frustrante não poder realizar as fantasias mais banais do mundo (que toda a gente tem) por limitações nossas, que adoraríamos não ter, mas que são imensamente difíceis de ultrapassar.
Por tudo isto tenho medo. Medo que quem me conhece descubra o único segredo que tive a esconder durante grande parte da minha vida. Que descubra que a minha vida sexual era diferente das suas. Que descubra que os muitos anos de namoro que eu tinha (e tenho) não eram apenas pautados por momentos bons. Que o meu relacionamento passou por várias crises por causa do vaginismo. Ou então, quem sabe, que descubram até que têm mais coisas em comum comigo do que pensavam (quem sabe...nós não fazemos ideia quais as pessoas que nos rodeiam que sofrem do mesmo mal, porque cruzando-nos com tanta gente no nosso dia-a-dia, com certeza já estivemos com alguém com problemas bem mais parecidos aos nossos do que alguma vez podemos pensar).
Por agora é tudo. Fica só o desabafo. Estava a precisar.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A fase do tampão e do dedo (mais informações)

Estava a pensar e lembrei-me que anotava algumas etapas do meu tratamento na minha agenda, embora tivesse que ser com códigos e, portanto, de forma muito discreta, não fosse alguém passar os olhos e deparar-se com expressões do género "introduzir o dedo na vagina", "colocar o tampão", "fazer os exercícios de kegel", enfim!
Mas então, eu comecei as consultas em Outubro de 2008 e, nas anotações de Janeiro de 2009, já tenho as indicações de trabalho para casa de tentar introduzir o tampão. Devo ter começado os exercícios mesmo relacionados com a sexualidade por volta dessa altura. No mês de Janeiro tenho uma anotação a dizer que tentei introduzir o tampão durante dois dias diferentes e que consegui à volta de três centímetros. Em Fevereiro piorou, tentei duas vezes e consegui introduzir (ainda) um pouco menos. Realmente a etapa do tampão foi a mais difícil! Porque foi a primeira introdução de alguma coisa que fiz. Porque a partir do momento que se consegue essa primeira etapa, que é sem dúvida a mais difícil, entramos no esquema e até ficamos entusiasmadas com as próximas etapas. Pelo menos eu delirava quando tinha êxito nas minhas tentativas! Em Março continuei com as tentativas de introduzir o tampão e só em Maio é que consegui pôr todo. Depois dessa vez que pus todo, passou a ser muito fácil.
Portanto, foram cinco meses esta etapa mais difícil, isto também porque eu só tentava mesmo quando estava menstruada. E, nos mesmos vezes em que ia tentar com o tampão, também comecei a tentar introduzir um dedo e, depois, dois.
Digo-vos uma coisa honestamente. Ainda hoje, estando completamente curada, não consigo introduzir dois dedos ao mesmo tempo. Se não estiver excitada ou não puser lubrificante, não consigo mesmo, e não é por estar a contrair.
Portanto, os conselhos mais importantes que vos dou para a fase do tampao e do dedo, para serem bem sucedidas o mais rapidamente possível, é o seguinte: quando puserem o tampão tentem de preferência com aplicador, é porque sem ele é mais difícil de deslizar. Embora eu tenha conseguido a primeira vez sem aplicador mas custa mais. E, quando tentarem introduzir um dedo, ponham bastante lubrificante no dedo e à volta da vagina. Ajuda mesmo muito!
Bem, neste momento acho que já vos contei todas as fases essenciais até à tentativa com os penis de borracha. No próximo post vou-vos contar a minha aventura na sex shop e mais algumas coisas... Até lá!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Vaginismo numa novela ou num filme ajudava muita gente!

A minha lista de mensagens no mail do blog já começa a ficar longa...a cada e-mail que recebo sinto-me mais útil! Ainda agora acabei de ter uma conversa com uma das muitas mulheres que sofre deste mal e, mais uma vez, tentei passar uma mensagem hiper positiva e dar os melhores conselhos que consigo! Se soubessem como é gratificante ler um mero "obrigada" ou ouvir que a minha ajuda foi útil... Já que eu passei por este sofrimento horrível, quero fazer com que ele não tenha sido "em vão", e ajudar todas as pessoas que puder!
Estava agora a ver uma cena duma telenovela em que um casal de jovens (crianças, para aí 15, 16 anos) começaram a se beijar e pimba...lá foram para a cama e, como sempre, foi perfeito! Nos filmes e nas telenovelas, as primeiras vezes são sempre maravilhosas, nunca corre mal! É uma festa!!
Eu pergunto-me: será que nunca um realizador vai se lembrar de projectar uma cena mais real?? Sim, porque, mesmo para quem não sofre de vaginismo, a primeira vez NÃO É maravilhosa! Não é! Nem de perto nem de longe! Sim, eu chorei de alegria depois da minha primeira vez, eu senti que foi maravilhoso (mas é mentira, não foi, como é óbvio!), mas isto porque esperei seis anos por esse momento e porque foi a primeira vez em que não empurrei o meu namorado na hora da penetração e deixei, finalmente, ele entrar dentro de mim.
Mas, mais do que retratar uma primeira vez não maravilhosa, será que nunca uma telenovela, um filme, vai relatar um caso de vaginismo? Será que ainda nenhuma escritora, nenhuma realizadora, nenhum marido de uma destas pessoas, passou por esta situação? É que, mais do que vocês que lêem estas palavras sem estarem ainda curadas (porque vocês já sabem o que têm e quando procurarem tratamento e o seguirem à risca vão mesmo conseguir se curar!), preocupam-me os milhares de pessoas que sofrem de vaginismo e não fazem a mais pequena ideia do que isso é, porque nunca ouviram falar, porque nunca o próprio ginecologista lhes conseguiu diagnosticar...têm noção de que há mulheres com mais azar ainda do que nós a quem nunca será dada a oportunidade de saber que não são um monstro sozinho no mundo e que, por esse motivo, NUNCA se vão curar?? Porque a cura requer exercícios específicos, terapia...enfim...nós temos que saber que sofremos deste mal para nos curarmos. Isto a mim assusta-me bastante!
Às vezes ponho-me a olhar para as pessoas na rua e a pensar "será que esta mulher sofre de vaginismo?". Ok, este parece um pensamento um bocado obcessivo, mas eu sei o que sofri e desde que sei que afinal não sou a única mas antes uma de imensas mulheres, só me apetece gritar ao mundo o que é o vaginismo e que têm que ir procurar ajuda num terapeuta!
Bem, e assim termino este post, na esperança de que um dia alguma alma se lembre de passar o vaginismo numa telenovela ou num filme (uma novela do Manuel Carlos era o ideial não era??).

domingo, 3 de janeiro de 2010

Os exercícios com o tampão

Como vos disse no último post, não sei bem precisar o que é que comecei a tentar inserir primeiro, se o dedo ou o tampão, mas acho que foi o tampão. Comprei uma caixa de minis, sem aplicador (erro!) e esperei que me viesse o período. Lembro-me bem do primeiro dia em que tentei. Não consegui. Foi muito desconfortável. Doía. Isto, obviamente, porque eu não estava descontraída. Confesso-vos que eu chegava a pensar que não sabia verdadeiramente onde é que era para enfiar o tampão, porque da maneira que era difícil metê-lo, parecia impossível de acreditar que aquele fosse o sítio certo. A propósito desta conversa lembrei-me de mais um pormenor. Às vezes é difícil lembrar-me de todos os passos do tratamento, porque foram muitos, e alguns deles já foram há um ano. Mas antes das tentativas de inserir qualquer coisa, a médica mandou-me observar bem com um espelho como é que era bem "aquilo", para me conhecer melhor a mim própria. Que me lembre, só o tinha feito há alguns anos atrás, na primeira e única vez que tentei pôr um tampão para ir à praia. Claro que não consegui, mas aí pensei que era muito nova e que era super normal, e que muitas raparigas virgens não conseguem. Provavelmente já era o vaginismo, mas eu não fazia a mais pequena ideia, e deixei passar completamente, sem pensar muito no assunto.
Mas então, no dia que tentei pôr o tampão pela primeira vez (durante o tratamento), fi-la na casa de banho, com um espelho (nas primeiras vezes foi sempre com espelho, acho que ajuda) e com uma perna levantada, em cima do tampo da sanita. Meninas, não tentem com tampões sem aplicador. É muito mais difícil. O aplicador desliza que é uma maravilha. Quando vocês descontrairem um bocadinho só não vão sentir nada! Eu não sei se tivesse tentado a primeira vez logo com o aplicador se teria conseguido logo, muito provavelmente não teria conseguido à mesma. Mas não desanimei. De todo. Obviamente fiquei triste. E até tentei com alguma insistência. Mas depois desisti por esse dia. também não vale a pena estar ali horas em sofrimento. Mais vale tentar todos os dias um bocadinho. E, se não foi à segunda, foi à terceira vez que consegui pô-lo, pelo menos metade. Foi uma festa! Fiquei mesmo contente!
As primeiras vezes que consegui era um bocadinho desconfortável, e nas primeiras mesmo nem sempre entrava todo. Mas aos pouquinhos consegui. Em dois meses (porque só tentava quando tinha o período) essa etapa já estava ultrapassada...e rumo à próxima! Ah, só mais um pormenor. Depois de conseguir pôr o tampão todo, a médica disse-me para andar com ele cinco minutos antes de tirar. para nos adaptarmos e percebermos que ter aquilo é a mesma coisa que não ter nada. Mesmo!