Depois deste post recebo um e-mail de um terapeuta sexual qualquer a me mandar passear...mas tem que ser. É a vida (é por estas e por outras que a minha psicóloga nunca vai saber da existência deste blog, pelo menos no que depender de mim, claro está!)!
Vocês são testemunhas de como eu vos tenho tentado "enfiar" a todas em terapia...é ou não é verdade?? Se alguém discordar que se acuse (mas adianto desde já que estará a mentir portanto não vale a pena :p)!!
E não se assustem, não vou dizer que fui enganada pela minha terapeuta nem que terapia faz mal, nada disso!
Mas como qualquer profissão os senhores terapeutas também devem gostar de fazer o seu dinheirinho, e deve ser chato ver os pacientes a sair do consultório felizes da vida com a cura para não voltar a meter lá os pés, o que me leva a achar que alguns parece que gostam de fazer render o peixe...
É verdade que somos muitas mulheres com vaginismo, muitas mais do que já qualquer uma de nós já pensou um dia (sou capaz de apostar que toda a mulher que ler este post começou por achar que era única no mundo...mais uma vez quem não estiver de acordo que se acuse...). Mas também é verdade que a maioria não faz terapia, pelo que não me parece que o consultório deles esteja sempre cheio de gente (bem sei que há mais problemas sexuais para além do vaginismo, mas não vejo muito mais razões para uma mulher consultar um terapeuta deste género...).
Esta lenga-lenga toda para dizer que mudei a minha opinião, não baseada na minha experiência, porque como vocês sabem já estou curada há uns meses e sempre pensei de maneira diferente, mas passei a acreditar verdadeiramente que a cura é possível sem terapia. Provavelmente não tinha dito ainda isto com todas as letras às mulheres que não estavam a fazer terapia mas agora penso assim. Porquê?
Então porque um dos mails que recebi há pouco tempo e de que vos falei ontem foi de uma mulher que, efectivamente, fez os exercícios sozinha e acabou por conseguir. Mas atenção, há que seguir certas regras, e ela seguiu-as direitinho!!
Ou seja, esteve muito tempo a inserir os amiguinhos de vários tamanhos TODOS OS DIAS!! Eu tenho vos dito isto nos mails que vos escrevo, é tentar sempre!! Nada de intervalos! A cada dia que passa sem tentarmos metemos na cabeça que vai ficar mais difícil...é ou não é verdade?
E sabem que mais?? A primeira vez em que ela conseguiu com o parceiro NÃO lhe doeu!!Porquê? Também já disse isto a muitas de vocês por e-mail e acho que já escrevi aqui também...e não é muito dificil perceber...se os amiguinhos maiores têm praticamente o tamanho de um pénis normal, e se só as primeiras relações sexuais de uma mulher é que doem, se vocês fizerem várias vezes (muitas!) com amiguinhos primeiro, não tem como doer quando tentarem com o parceiro! A não ser que ainda esteja qualquer coisa mal na nossa cabecinha que precise de ser mais trabalhado...mas nessa altura da evolução não me parece (haverá excepções provavelmente, mas penso que poucas).
Quando comecei a terapia só pensava, cheia de terror, no momento em que a minha médica me ia mandar, efectivamente, tentar a penetração...PÂNICO!! TERROR!! NÃO QUERO!! Vou fugir da terapia e é já antes que seja tarde!!!
Não meninas!! Vocês vão MESMO se sentir preparadas, JURO! É uma questão matemática, então se o amiguinho já entrou tantas vezes com facilidade, porque é que não vai entrar uma coisa exactamente do mesmo tamanho? Resposta: vai entrar a "coisa" do mesmo tamanho!!!
Claro que há que ter em conta todos os "pormenores" que eu disse!! E, mais, a posição também é importante na hora de conseguir ou não conseguir com o parceiro!
Não sei se isto é geral, mas pelo menos comigo aconteceu e com mais uma pessoa com quem falei, e ao que a minha terapeuta me explicou é mais ou menos geral...é que nós, vagínicas, somos pessoas que gostam de ter o controlo das situações (é mau de se ouvir não é? parece que somos umas mandonas do pior :p), e isso também se reflecte na relação sexual e, por esse motivo, a coisa pode não funcionar muito bem nas primeiras vezes se ele ficar por cima! É verdade, pode parecer estranho, mas é mesmo assim! Não foi só na primeira vez, foram nas primeiras vezes em que já conseguiamos a penetração, ao início quando começávamos com ele por cima eu não descontraía totalmente, mas mal ele se sentava e eu ia para cima aquilo entrava! E para verem como está tudo na nossa cabecinha, se depois de fazer um pedacinho por cima depois mudássemos de posição para ficar ele por cima, já funcionava...porque o cérebro já tinha enviado a mensagem à amiguinha "ok, podes relaxar completamente que ela já conseguiu da outra maneira" :p! É tramada a nossa cabecinha...se é!
Bem meninas, acho que já foi informação a mais no mesmo post! Mas resumindo e concluindo, eu, K., não me teria curado nunca sem a minha terapeuta, mas quando eu a procurei nunca tinha consultado sites nem blogs de vaginismo (atenção que não estou para aqui armada em terapeuta, mas claro que ouvirmos sobre a experiência das outras pessoas ajuda!). Por isso acho que é melhor, para quem possa pagar e para quem veja, efectivamente, que o seu terapeuta parece fiável, que é sempre melhor fazer terapia. Mas para quem não consiga por algum motivo em especial, acho que seguindo os passinhos direitinhos também deve resultar. A partir do momento que conseguirem inserir qualquer coisa, nem que seja um cotonete, vocês pelo menos já conseguem se convencer que não são fechadas (como todas também já pensámos que eramos) e aí é uma questão de treino com objectos cada vez mais largos.
P.S. Dani, você também me serviu de inspiração, e muito para este post, porque acho que o seu terapeuta já devia estar bem mais avançado com a sua terapia, ainda mais quando você começou a terapia a conseguir que o seu marido entrasse um pouquinho...ele tem que saber mesmo que você já estava preparada para muito mais do que ele pensa (ou melhor, para o que ele lhe queria fazer acreditar) para ver se não faz perder tanto tempo às pessoas...não acha?