Às mulheres que ainda não recorreram à ajuda de um profissional porque, tal como eu tive, têm medo, aqui vão umas palavrinhas.
Antes de mais, não inventem desculpas para não marcar uma consulta. Têm que marcá-la o mais depressa possível! Para ontem! Não percam mais tempo porque a vossa cura depende só disso e da vossa força de vontade. Mais nada. Bastam esses dois ingredientezinhos para que alcancem o sucesso que tanto anseiam!
Eu também evitei as consultas durante muito tempo com as mais diversas desculpas (foram cinco anos a fugir delas…tive que inventar mais do que uma para me enganar a mim própria!!)…
“Agora não dá, ando cheia de coisas para estudar e aquilo devem ser horas e horas de espera no consultório”…por acaso devo ter tido sorte, porque o máximo que esperei pelas consultas foram dez minutos;
“Não posso marcar consulta porque não sei sequer a que especialista recorrer…psicólogo? psiquiatra? sexólogo??”… não há nada como tentar…das primeiras coisas que disse à minha psicóloga quando lá cheguei (que, já agora, tem a especialização de sexologia, e foi por aí que me decidi a consultá-la) foi que não sabia se estava no lugar certo, mas até estava!;
“Que vergonha, um especialista em sexualidade…o que é que será que as pessoas na sala de espera vão pensar que eu tenho para estar ali??” …primeiro: se elas lá estão é porque também têm algum problema, que não tem necessariamente que ser “melhor” que o meu, e depois…quem é que não tem os seus problemas??
“A psicóloga vai achar que eu sou parva…afinal todas as pessoas normais conseguem fazer sexo, certo?”…sim, tenho que admitir, realmente este pensamento conseguiu o primeiro lugar no top dos mais estúpidos. Mas o que eu temia mesmo era ser tratada de uma forma fria, insensível, por uma pessoa com quem eu sentisse uma distância que impossibilitasse uma aproximação que ajudasse a minha cura…pois bem, sorte ou não, calhou-me uma médica nova (o que para mim, que ainda mal me sinto adulta, me ajudou muito) e que percebeu a verdadeira dimensão do meu problema (aliás, era mesmo especialista no assunto) e me apoiou desde o primeiro minuto. É verdade que em todas as áreas há profissionais bons e maus, mas também não nos podemos esquecer que quando está em causa um domínio tão íntimo da nossa vida como é a sexualidade, há que ter um certo perfil para a coisa ou então já teriam mudado de profissão porque não iam conseguir sobreviver às custas daquele ofício...
“Tenho que fazer mais uma tentativa de conseguir a penetração antes de me decidir então a recorrer a ajuda profissional”…ok, esta foi a que me soava melhor ao ouvido…afinal até faz sentido. Senão vejamos...a última tentativa já foi há tanto tempo, se calhar entretanto eu já consigo e escuso de estar a perder tempo e dinheiro… Até podem tentar mais uma vez…se estiverem com vontade de ter mais uma decepção. Já não chegaram todas as que já tiveram antes? A dura verdade é esta, por mais autónomas que possamos ser em todos os outros aspectos da nossa vida: este problema não se resolve sozinho. E daqui até vocês terem coragem de fazer a tal tentativa (falhada!!) antes de irem ao médico, vão se passar mais uns mesitos, que poderiam muito bem já ser os meses do tratamento!
Antes de mais, não inventem desculpas para não marcar uma consulta. Têm que marcá-la o mais depressa possível! Para ontem! Não percam mais tempo porque a vossa cura depende só disso e da vossa força de vontade. Mais nada. Bastam esses dois ingredientezinhos para que alcancem o sucesso que tanto anseiam!
Eu também evitei as consultas durante muito tempo com as mais diversas desculpas (foram cinco anos a fugir delas…tive que inventar mais do que uma para me enganar a mim própria!!)…
“Agora não dá, ando cheia de coisas para estudar e aquilo devem ser horas e horas de espera no consultório”…por acaso devo ter tido sorte, porque o máximo que esperei pelas consultas foram dez minutos;
“Não posso marcar consulta porque não sei sequer a que especialista recorrer…psicólogo? psiquiatra? sexólogo??”… não há nada como tentar…das primeiras coisas que disse à minha psicóloga quando lá cheguei (que, já agora, tem a especialização de sexologia, e foi por aí que me decidi a consultá-la) foi que não sabia se estava no lugar certo, mas até estava!;
“Que vergonha, um especialista em sexualidade…o que é que será que as pessoas na sala de espera vão pensar que eu tenho para estar ali??” …primeiro: se elas lá estão é porque também têm algum problema, que não tem necessariamente que ser “melhor” que o meu, e depois…quem é que não tem os seus problemas??
“A psicóloga vai achar que eu sou parva…afinal todas as pessoas normais conseguem fazer sexo, certo?”…sim, tenho que admitir, realmente este pensamento conseguiu o primeiro lugar no top dos mais estúpidos. Mas o que eu temia mesmo era ser tratada de uma forma fria, insensível, por uma pessoa com quem eu sentisse uma distância que impossibilitasse uma aproximação que ajudasse a minha cura…pois bem, sorte ou não, calhou-me uma médica nova (o que para mim, que ainda mal me sinto adulta, me ajudou muito) e que percebeu a verdadeira dimensão do meu problema (aliás, era mesmo especialista no assunto) e me apoiou desde o primeiro minuto. É verdade que em todas as áreas há profissionais bons e maus, mas também não nos podemos esquecer que quando está em causa um domínio tão íntimo da nossa vida como é a sexualidade, há que ter um certo perfil para a coisa ou então já teriam mudado de profissão porque não iam conseguir sobreviver às custas daquele ofício...
“Tenho que fazer mais uma tentativa de conseguir a penetração antes de me decidir então a recorrer a ajuda profissional”…ok, esta foi a que me soava melhor ao ouvido…afinal até faz sentido. Senão vejamos...a última tentativa já foi há tanto tempo, se calhar entretanto eu já consigo e escuso de estar a perder tempo e dinheiro… Até podem tentar mais uma vez…se estiverem com vontade de ter mais uma decepção. Já não chegaram todas as que já tiveram antes? A dura verdade é esta, por mais autónomas que possamos ser em todos os outros aspectos da nossa vida: este problema não se resolve sozinho. E daqui até vocês terem coragem de fazer a tal tentativa (falhada!!) antes de irem ao médico, vão se passar mais uns mesitos, que poderiam muito bem já ser os meses do tratamento!
São estas e muitas outras desculpas que nos impedem de acabar com o nosso problema o mais rápido possível. Fui a um site e estive a ler depoimentos de mulheres com este problema e fiquei assustada ao ler a quantidade de anos que certas mulheres passaram por isto. E eu que sinto que passei uma vida nisto…
Estes são alguns dos motivos que nós invocamos para fugir à ajuda de um profissional…mas e o que é que nos leva a, finalmente, marcar a bendita consulta?
Provavelmente, na maioria dos casos, o que me aconteceu a mim. Uma crise no relacionamento. A altura em que caímos em nós e nos apercebemos que ele, mesmo nos amando, não consegue esperar mais. O que até se compreenderia, não fosse o facto de os incentivos vindos da parte dele para eu marcar uma consulta terem sido muito poucos. Segundo o que percebi mais tarde nas minhas consultas, os parceiros das pacientes que sofrem de vaginismo também desenvolvem um certo perfil com umas determinadas características que eles adquirem para combaterem o problema à sua maneira. E, pelo que vi também nos depoimentos que já li acerca deste problema, eles normalmente são muito compreensivos (até ao dia em que, de repente, esgotam a paciência sem explicar bem porquê), mas talvez até demais. Reconheço que o facto de ele insistir comigo para um marcar uma consulta talvez não tivesse sido tão eficaz como foi o medo do fim da relação, mas, por tudo o que se criou entre nós ao longo dos anos, ganhei esperanças de que as coisas não fossem acontecer daquela maneira. Mas ninguém é de ferro! E a verdade também é que não foi exactamente por esse motivo que a nossa relação entrou em crise. Mas o facto é que foi, sim, uma grande ajuda.
Mas foi então num momento de crise que decidi marcar, finalmente, uma consulta. Como é óbvio num relacionamento de anos não foi a primeira crise que vivemos. Mas foi a primeira em que decidimos dar um tempo porque a nossa relação não estava mesmo nada bem. Depois de já não estarmos separados por imensos kms de distância, quando inclusive já estávamos a viver juntos há um ano (sim, é verdade, ele veio estudar para a mesma cidade que eu dois anos depois de mim e, por decisão dos meus pais (e também, verdade seja dita, porque o meu namorado estava à procura de casa para arrendar e era tudo demasiado caro) começámos a viver juntos), passámos por um momento bem complicado da nossa relação. Decidimos dar um tempo de uma semana no mínimo e foi nessa semana que fui à minha primeira consulta.
Só vos digo uma coisa. Bendita crise!! Porque a partir dessa semana tudo mudou. Para muito melhor. Só tenho pena quando penso que nem todos os casais têem a mesma sorte que nós tivemos e que muitos relacionamentos bonitos devem acabar à custa deste monstro que assola as nossas vidas… Por isso, mais uma vez (não me canso de repetir!!) não adiem a solução para o vosso problema. Não sofram mais nem deixem sofrer o vosso parceiro!
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