Foi no dia em que fiz 16 anos que disse ao meu namorado: “A partir de agora já não me importo de perder a virgindade. Já não me acho demasiado nova. Agora quando acontecer, aconteceu”. Como podem perceber facilmente, o meu discurso não enunciava uma decisão tomada pelas melhores razões. Ou seja, eu já podia deixar de ser virgem não porque me sentisse propriamente preparada (porque na verdade não estava…), não porque estivesse cheia de vontade que isso acontecesse, mas sim porque achava que, se calhasse a acontecer como muitas histórias que eu ouvia de que o casal “não tinha aguentado mais”, já não teria acontecido numa idade em que eu pudesse ser julgada por ser demasiado nova.
Confesso que tive dificuldade em escrever esta última frase. Tive dificuldade em explicar o porquê de esta minha decisão ter sido tomada desta forma. Agora digo-o com toda a frontalidade porque, analisando a situação seis anos mais tarde, sei que já desde aí o meu pensamento acerca do assunto não era o correcto, e foi isso que me afectou durante os últimos seis anos.
Confesso que tive dificuldade em escrever esta última frase. Tive dificuldade em explicar o porquê de esta minha decisão ter sido tomada desta forma. Agora digo-o com toda a frontalidade porque, analisando a situação seis anos mais tarde, sei que já desde aí o meu pensamento acerca do assunto não era o correcto, e foi isso que me afectou durante os últimos seis anos.
O meu grande problema, a origem de todos os “macaquinhos” que criei na cabeça, foi em grande parte baseada no seguinte: eu comecei a namorar cedo, é um facto, e, apesar de não me arrepender de nada do que fiz nem da altura em que o fiz, eu sentia vergonha perante os adultos de já ter um namorado tão cedo. Nos primeiros anos do meu namoro, eu tinha vergonha de passear pela rua de mão dada. Não deixava de o fazer, mas passava-me frequentemente pela cabeça a ideia de que as pessoas olhavam para nós e deviam pensar que era ridículo dois “miúdos” daquele tamanho já namorarem (sempre me preocupei demasiado com o que os outros pensam de mim, e isso só traz problemas!). Só que entretanto eu cresci e parece que o meu cérebro esqueceu-se de crescer nesse aspecto. Eu ia ficando mais velha mas continuava qualquer coisa dentro de mim a dizer que algo estava errado. Talvez também o facto de eu ir namorar para casa do F sem dizer aos meus pais (que é a coisa mais vulgar de acontecer com os adolescentes…só que o meu sentido de responsabilidade sempre falou mais alto…).
Agora, e depois de ter tido a preciosa ajuda da minha psicóloga, consigo perceber que foi por isto que, quando começámos a tentar avançar, eu não consegui.
Foi numa tarde de verão, quando já tinha 16 anos há alguns meses, que decidi que íamos tentar a nossa primeira vez. Sim, fui eu que decidi, sozinha. Isto porque já namorávamos há quase quatro anos e, como é normal tratando-se de um adolescente ( do sexo masculino!!) com 17 anos, ele já se sentia mais do que preparado há muito tempo. Porquê aquele dia? Não sei. Provavelmente porque o tempo ia passando e eu cheguei à conclusão que connosco não ia “fluir” naturalmente, não ia ser um “deslize” porque sempre que estávamos juntos as coisas já aconteciam da forma a que estávamos habituados e, para ser absolutamente sincera, eu satisfazia-me plenamente daquela forma, não sentia necessidade de mais. Apenas sabia que era suposto as coisas avançarem e darmos o próximo passo. Porque é assim que todos os casais fazem. É assim a evolução natural dos relacionamentos. E foi por esta “simples” razão que disse “vamos fazê-lo hoje”. E lá foi o meu namorado buscar umas velas, como eu pedi, para tornar o momento especial.
Antes de tentarmos eu tinha a sensação que não ia conseguir. Não me perguntem porquê nem como. Qualquer coisa me dizia que eu não ia conseguir. Provavelmente porque no meu íntimo eu não queria verdadeiramente. Mas logo depois pensei “Muitas raparigas passam por isto, muitas também não sabem se estão preparadas, muitas dizem que dói, mas todas conseguem, por isso tu também vais conseguir, porque tu amas o F e a vossa relação chegou a um ponto que merece e precisa deste avanço”. E de facto a nossa relação merecia aquele avanço. Só que o medo da dor falou mais alto.
O que eu senti depois daquela tentativa falhada, e das tentativas seguintes, foi que era impossível haver um espaço em mim onde era suposto caber um pénis. Não julguei que tinha um problema psicológico. Durante muito tempo isso não me passou pela cabeça. Tanto que voltámos a tentar outras vezes. Mas nessas então eu tinha certeza praticamente absoluta que não ia conseguir. Porque a minha reacção era automática. Contraía-me por completo. Empurrava-o involuntariamente com as minhas mãos. Por mais que eu me mentalizasse “não, desta vez não o vou empurrar. Vou deixá-lo tentar”. Mas é um medo muito mais forte do que a própria pessoa. Porque nós metermos na cabeça que vai doer e contraímos-nos como forma involuntária de enfrentar essa for, e então dói mesmo. E esta parte já não é psicológica, isso posso garantir! Aí, dói mesmo. Mas só dói porque nós estamos a fazer por isso, embora no fundo não o queiramos. Esta parte realmente só quem passa pela situação pode compreender o que eu estou a dizer…
Sou um pouco mais velha do que tu (32) e não tenho um vaginismo tão profundo,porque tolero a penetração, mas nem sempre! ( há dias), mas ao lêr este blog foi como recuasse no tempo e realmente é assim temos a mania que doi contraimos e doi mesmo. Há uma coisa que nos vai ajudando a tolerar melhor,descobrir a posição mais confortável, ainda hoje não consigo a posição de missionário. No entanto queria deixar aqui o comentário, que é importante sermos bem seguidas e por pessoas entendidas, eu não tive essa sorte os ginecologistas foram sempre muito vagos e aconselhavam unicamente a praticar mais e a descontrair. Ainda hoje tenho problemas em fazer a "papanicolau".
ResponderEliminarPor mais incrivel que pareça, as mulheres com o nosso problema têm o tabu da penetração mas não o de atingir o climax facilmente, enquanto conheço amigas minhas que não sabem o que é um orgasmo e só o atingiram com "amiguinhos" como os que colocas-te no blog. Por isso cada um com o seu "macaco".
Olá!
ResponderEliminarEngraçado (salvo seja, claro...) que eu às vezes tb ainda acho que tenho um bocadinho de vaginismo, e justamente na posição que tu falas...se ele começar por cima de mim às vezes ainda ofereço um bocadinho de resistência (depois de oito meses!)? Eu penso que pode ser uma espécie de trauma pelas tentativas falhadas terem sido todas nessa posição, mas não sei se é por isso.
É verdade, problemas de orgasmos não costumamos ter...mas também caramba, não podemos ter os problemas todos :p!
Já consultaste algum terapeuta? Podia te ajudar a curares isso por completo! Se fores de Lisboa ou de perto podes me enviar um e-mail (podes criar um e-mail com um nome qualquer e nao precisas dizer o teu nome) e eu indico-te a minha terapeuta e a ginecologista que eu fui que sabe o que é vaginismo (caso raro!!) e que é um amor. Ok :)?
Beijos!
Meninas, acessem o meu blog. :)
ResponderEliminarhttp://vaginismorumoacura.blogspot.com.br
Boa tarde garotas,
ResponderEliminarSou Sonja McDonell, 23, Swiss Airlines Stewardess Com 13 cidades no exterior, muito concurso com muitas fantasias também no meu trabalho maravilhoso. Ah, sim, o vaginismo tem muitas facetas e em todas as idades. Eu começo na puberdade precoce com 9-10 anos e nunca pára. O alcance para ativar nossos coxins é enorme. As primeiras atividades estão com os dedos. Quando somos mais velhos e temos algum dinheiro, nós compramos dildos, macas de clitóris, bombas de gatinho, correias, etc. Melhor é, quando uma garota é uma bianco.
Com amor
sonjamcdonell@yahoo.com