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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A primeira consulta de terapia sexual

Foi através da net que descobri aquela que veio a ser a minha psicóloga. Não conhecia nenhum médico especialista em psicologia na área da sexualidade, e ainda por cima li por diversas ocasiões que, mesmo tratando-se desses profissionais, nem todos se dedicam ao tratamento do vaginismo. Provavelmente por ser um problema não muito usual. Mas encontrei um artigo sobre a disfunção e lá enviei um mail para a médica para saber da disponibilidade dela para a marcação de uma consulta (um telefonema teria sido mais rápido, mas o mail seria melhor para eu eventualmente ignorá-lo e continuar a fugir ao tratamento). Mas então uns dias mais tarde liguei a marcar a consulta. Sinceramente, eu queria ir à consulta naquela semana (porque estava em pânico com a possibilidade de perder o meu namorado sem nunca termos tido uma relação sexual a 100%) mas também tinha uma ligeira esperança (não sei sequer se posso chamá-la mesmo de esperança) de que não existissem vagas para os próximos dias porque a ideia de ir, finalmente, à consulta, não me deixava mais calma do que a ideia de perder o meu namorado. Ainda por cima nem lhe poderia pedir para vir comigo, dadas as circunstâncias. Quando me disseram ao telefone que tinham vaga para a sexta feira dessa semana as minhas pernas começaram a tremer. Mas ficou marcada. Agora não havia volta a dar. Sim, porque eu não sou pessoa de fugir aos compromissos que assumo, por muito custosos que sejam alguns deles.

E lá fui eu, na tal sexta feira, à minha primeira consulta. Os momentos que a antecederam foram de um nervosismo terrível! Ainda por cima numa semana em que eu e o meu namorado não nos falávamos. Eu estava há uma semana a dormir na casa de uma amiga, sentindo tremendamente a falta dele, principalmente quando chegava à hora de me deitar. Isso tudo aliado ao facto de o meu namorado ser também o meu confidente, que partilha todas as minhas alegrias e medos. E ele sem fazer a mínima ideia do que ia acontecer naquela tarde. Não foi nada fácil, mas eu não podia ficar mais tempo sem tratamento!

E eis que chegou o momento em que me sentei na cadeira à frente da psicóloga e lhe disse basicamente o seguinte “Eu não sei se estou no sítio certo, mas acho que tenho vaginismo”. E então ela quis saber o porquê de eu achar aquilo e se já tinha feito exame ginecológico para descartar a possibilidade de ser um problema físico. Aquela hora foi terrível para mim. Finalmente estava a contar a maior frustração da minha vida a um profissional. Não consegui evitar as lágrimas. Disse-lhe há quanto tempo estava a sofrer com aquilo, que não tinha procurado ajuda mais cedo com medo de não haver cura para o meu problema. E então ela explicou-me que havia cura, e sintetizou-me basicamente os passos em que iria consistir o tratamento. Confesso que fiquei um bocado assustada. Quando se está numa situação como aquela, é assustador imaginar que daí a uns tempos podemos estar a tentar enfiar objectos com um diâmetro impensável para caber dentro de nós. Assustador porque eu não cheguei ao consultório a achar que ia conseguir me curar. Não mesmo. Naquele momento, para mim, eu tinha o pior caso de vaginismo que já tinha existido no mundo e a cura era ainda uma mera esperança muito reduzida, muito mesmo. Tenho que admitir, naquele momento eu não acreditava na minha cura. Mas a médica também me disse que nunca iamos fazer nada para o qual eu não me sentisse preparada e que iamos passar por diversas fases, das quais só a última envolveria a sexualidade, pelo menos a parte da tentativa da penetração. Explicou-me também que não ia ser um processo rápido, que cada mulher leva o seu tempo mas que estava em causa um tratamento que não era propriamente rápido. Que poderia levar até um ano e alguns meses. Naquele momento eu disse que, depois do tempo todo que já tinha esperado, não era mais esse que me assustava.
Nesse dia falámos basicamente no que iria ser o tratamento e eu falei um pouco de mim. E ela pediu-me para, na próxima consulta, levar o meu namorado comigo. Eu também lhe expliquei que estávamos a viver um momento complicado na nossa relação mas que achava que ele poderia ir comigo da próxima vez. E então ficou acordado que as consultas seriam de duas em duas semanas e que, na próxima vez, eu não iria sozinha.

3 comentários:

  1. Pode indicar me o profissional que procurou? obrigada

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  2. EU PRECISO DE AJUDA ESTOU CASADA A 3 ANOS E NAO TENHO PRAZER MEU CASANENTO CORRE RISCOS ME AJUDEM O Q FAÇO?

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  3. Meninas, acessem o meu blog. :)
    http://vaginismorumoacura.blogspot.com.br

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