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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Contar ou não contar...

Ando numa indecisão, que tenho que resolver rápido porque depois volto para Lisboa (onde vivo a maior parte dos meus dias nos últimos anos) e aí já é tarde. A questão é que preciso de ir à ginecologista, porque já se passou quase meio ano desde que iniciei a minha vida sexual por completo e agora convém saber se está tudo bem comigo. E a minha dúvida é se consulto a médica que conhece o vaginismo e que eu consultei há uns meses (quando já ia à psicóloga e fui só mesmo confirmar o que já tinha a certeza, ou seja, que sofria de vaginismo) ou se consulto a que consultei há uns anos, que é a ginecologista de praticamente todas as mulheres da minha família, e de quem eu gosto muito. Sou-vos sincera. Os dois principais motivos que me levam a querer consultar esta última são os seguintes: conheço-a há muito tempo, e sinto-me à vontade com ela enquanto médica, e, como ela foi muito querida para mim há uns anos atrás quando lá fui dizer que não conseguia a penetração mas não me soube dizer que podia ser vaginismo (infelizmente ainda é um problema muito desconhecido...), queria contar-lhe do meu caso, isto na esperança de poder ajudar as mulheres da minha terra que a consultem. Isso faria-me muito feliz. O senão é que não consigo ir consultá-la sem dizer à minha mãe (não me sinto bem...) e aí ou ela me vai perguntar se "aquilo" já está resolvido, ou eu vou sentir necessidade de contar, e não se se tenho coragem. Por um lado eu quero, mas por outro... E pior que isto vai ser quando sair a reportagem sobre o vaginismo para a qual eu dei o meu contributo através duma entrevista, vai me custar muito não poder mandar a minha mãe ir a correr comprar o jornal...
Tenho 22 anos. A minha mãe está absolutamente convencida que tenho uma vida sexual activa e "normal" (já me deu a entender isso). Mas não sabe aquilo por que eu passei. Vocês contavam? E consultavam a ginecologista da família para lhe contar também?
Tenho que ser rápida a me decidir.
Quanto a vocês, que possam estar a ler estas linhas ainda passando pelo sofrimento de não conseguir ter relações sexuais com penetração, não desanimem! Eu consegui! Vocês também conseguem!
Não me canso de dizer! O meu vaginismo era primário, ou seja, sofri deste mal desde sempre, nunca consegui nem 1 centímetro de penetração em todas as tentativas que fazia com o meu namorado, deixei de tentar durante anos, e isto na altura parecia um erro (eu sentia que não devia fugir das tentativas mas era mais forte que eu), mas infelizmente a verdade, que eu só vim a saber depois, é que para mulheres como nós que sofram de vaginismo, tentar uma vez e tentar 100 é a mesma coisa, porque sem ajuda, sem muitos exercícios a preceder as tentativas de penetração, não vai resultar MESMO, por maior que seja a vontade. Pois é, não vale a pena "bater mais no ceguinho". Para quem ainda não procurou ajuda e não começou nos exercícios, o meu conselho é parar já de tentar penetração porque se sofrerem mesmo de vaginismo, só vão aumentar a vossa frustração, porque não vão, mesmo, conseguir :(!
Mas este último parágrafo só para dizer que o meu caso era extremo, tinha as maiores dificuldades possíveis e imaginárias na penetração, era um acontecimento completamente impossível nas circunstâncias em que eu me encontrava (eu era capaz de jurar que se sofresse de uma tentativa de violação que não ia ser bem sucedida, dada a minha resistência...), e EU CONSEGUI!
Com empenho e força de vontade, todos os casos têm cura! Força!!

5 comentários:

  1. Olá!

    A ida ao ginecologista é sempre uma decisão muito pessoal. Acho que deve optar por aquela que deixa você mais à vontade. E se for a médica da família creio que ela guardará para si as informações que você passar ou, no máximo (e será bom se for assim), ajudar outras pacientes.
    Sobre sua mãe, parece que foi compreensiva no primeiro momento. Parece que ficará feliz com o resultado positivo de tudo o que passou. Conte para/com ela.


    No mais, grande abraço e feliz 2010

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  2. Estou com o mesmo problema que você, quando li seus "post"me surgiu uma duvida..Você conseguiu deixar a Ginecologista examina-la? Sei que como era virgem ela não pode fazer os outros exames, mais no meu caso isso nem ficar na mesa dela eu consegui , comecei a chorar e a ficar desesperada.
    Seu blog esta me ajudando muito, é como se eu tivesse encontrado uma amiga pra conversar sobre um problema que eu não tenho coragem de contar para ninguem..Obrigda!!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Oi Gisa, eu consegui deixar me examinar, mas porque eu tinha MUITA necessidade de saber se era possível caber um pênis dentro de mim.
      Foi frustrante, primeiro porque eu vi que era normal, então, fiquei mais triste pois não encontrava respostas pra saber meu problema e segundo, e bem pior, ela foi super grossa. Mandou-me tirar a calcinha, deitar na mesa, pegou um espelho e apontou 'o buraco' e o 'selinho' - hímen, palavras usadas por ela.
      Me senti MUITO constrangida, ela mal supôs que eu estava angustiada, com problemas sérios, era mais do que saber se era virgem ou não..
      Vi que faz um ano que postou, já conseguiu algum progresso nessa luta?
      Beijo, tudo de bom.
      [N]

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  3. é, ganhamos um grande amiga virtual!

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