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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A primeira consulta na ginecologista depois da cura

Olá!
Pois é, sobrevivi à consulta com a ginecologista :)!
Antes de vos contar como foi, e para ficarem completamente inteiradas da situação (isto porque já contei num post antigo como foi a primeira consulta com esta ginecologista, mas já foi há algum tempo), vou só recordar basicamente como foi a minha consulta há quatro anos com ela. Para dizer a verdade foram duas. Na primeira fui lá, disse que não conseguia ter relações sexuais, ela disse-me que isso era mais comum do que eu pensava, e receitou-me apenas um lubrificante. E disse-me que não queria receitar algo mais "poderoso", que foi o que me veio a receitar na semana seguinte, quando eu voltei lá, desesperada, porque estava na minha terra de férias e já ia voltar para Lisboa e depois eram mais uns meses sem poder consultá-la e sem poder resolver o meu problema. E ela lá me receitou uns cremes com efeitos anestégicos (acho que é assim que se diz) e disse-me, subtilmente, que se aquilo não funcionasse que seria melhor eu consultar um colega dela (ou algo do género, que eu interpretei como sendo um psicólogo).
E então eu fui embora, e, como já todos sabem, o creme não fez absolutamente nada. Aqueles cremes servem para quem tenha dores na penetração...nós, mulheres com vaginismo, não temos propriamente dores nem penetração, nós impedimos a penetração e isso causa-nos dores, é diferente...
Só queria dizer mais um pormenor antes de vos contar a minha consulta. A minha ginecologista é super competente, é um amor de pessoa, e, sinceramente, eu acho mesmo que os ginecologistas não têm propriamente culpa de não nos conseguirem ajudar, acho que o mal está mesmo no curso que eles tiram, que devia ter uma disciplina vocacionada para estes problemas porque, apesar de serem psicológicos, nós no início não fazemos ideia disso, e é a eles que recorremos antes de decidir (eventualmente) consultar um psicólogo.
Mas então vamos ao que interessa. Então, eu entrei no consultório e ela perguntou-me se eu já estava melhor do meu problema e se os "cremezinhos" tinham ajudado...a primeira coisa que me ocorreu foi "caramba, ela lembra-se!". Confesso que ainda pensei por uns momentos "será que a minha mãe lhe contou de algum problema meu que eu não me estou a recordar agora??ou ela lembra-se mesmo da consulta que tivemos há quatro anos?", mas não, ela lembrava-se mesmo.
E então eu disse-lhe que o assunto já estava resolvido, e, da maneira que ela perguntou, não tive coragem de dizer propriamente "e os "cremezinhos" não serviram para nada".
E então ela começa-me a contar do género "eu tenho imensa gente que vem comigo e que não consegue, inclusive mulheres que tinham uma vida sexual normal e depois mudam de parceiro e deixam de conseguir, mas elas não têm nada a ver com o teu caso (do género, era normal tu teres dores porque eras virgem e eras "apertadinha" mas elas já não se compreende tão bem....). Pois é, o que é que se responde a estas coisas? Que, mesmo que as senhoras tivessem 50 cm de largura na vagina, que não conseguiriam na mesma, porque este problema é PSICOLÓGICO???
Mas, esperem, quando eu, a medo, disse (não devia ter dito!!), "chama-se vaginismo, eu não sei se sabe o que é" (pois, eu sei que não disse da melhor maneira...parece que estava a tentar ensinar à médica o trabalho dela) mas ela respondeu (suspense........) "sim, eu sei, eu vi logo que era isso!".
Moral da história, meninas:
Ela até pode saber que há vaginismo. Afinal de contas, com tantos anos de carreira, já lhe passaram pelas "mãos" muitas pessoas nesta situação. O que ela não sabe é que não dá para curar com cremes. O máximo que eu consegui foi dizer, para aí umas três vezes, subtilmente, que me curei com uma psicóloga, e que achava que sem ela não teria conseguido, porque é um problema psicológico relacionado com um medo incontrolável da dor. A ver se ela aconselha psicólogo às mulheres na mesma situação. Mas ela também me disse nessa altura que é complicado mandar as pessoas para um psicólogo...eu até percebo isso, embora da minha parte não tenha tabus nenhuns com psiólogos nem psiquiatras...eles existem é para ajudar pessoas, normais ou menos normais...afinal de contas quem é que é verdadeiramente normal? Quem é que decidiu qual é o padrão de "normalidade"? E ela também me disse, depois, que aqui (na minha terra) não há pessoa especializadas nesses assuntos, mas por acaso a minha psicóloga já me disse que já há uma mulher, e eu disse isso à ginecologista.
Ah, já agora quanto à parte da consulta propriamente dita, eu sinceramente não sei se a senhora pôs só o dedo ou se pôs mesmo o aparelhinho, porque aquilo foi desconfortável (lá isso foi!! e bastante!!) mas não me pareceu frio e um aparelho que "abre" quando está lá dentro, que era o que eu estava à espera. Só sei que, pelo menos, na primeira vez (foram duas "inserções" de objectos que eu não sei o que foram :p) ela pôs o dedo e disse que eu estava muito melhor, que não tinha comparação. Ela devia querer dizer que eu já estava muito mais descontraída, penso eu, embora não me tenha sentido assim tãao descontraída. Mas enfim. Já passou. E, já agora, a minha saúde sexual está bem e recomenda-se e, como disse ela "agora tenho é que aproveitar o tempo perdido e compensar o rapaz..." :)!
P.S. Como este post já ficou maior do que eu esperava, no próximo vou-vos contar a minha conversa no carro com a minha mãe quando vinhamos para casa...pois é meninas, contei (quase) tudo!

4 comentários:

  1. Oi Flor!!!!
    De ontem pra hoje li todo seu blog, e confesso que estou muito feliz por você compartilhar tudo isso e mostrar que existe cura para o problema que enfrento. Vou te escrever por e-mail com mais calma. Descobri o assunto tem só uma semana e sofro com ele há mais de 5 anos, não acredito que esperei tanto pra poder resolver esse mal. Mas antes tarde do que nunca! Não é mesmo?!

    Um grande beijo de outra flor!

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  2. Olá! Que bom que decidiu compartilhar o seu caso! E que paciencia que voce teve para ler tudo o que escrevi em dois dias :)!Eu também passei seis anos com este problema, mas depois que você decide procurar ajudar e começar a se tratar as coisas ficam bem menos "escuras" na nossa cabeça, vai ver!
    Fico à espera do seu e mail então (vag.psi@gmail.com). Depois diga-me que é a anonima que escreveu no post de 11 de fevereiro só pra eu saber.
    Beijos,
    K.

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  3. Ai, amiga...
    Só vc que já se curou mesmo pra não ficar brava com a ginecologista... eu fiquei super brava com o meu... mas é certo que há uma diferença pq a sua disse que sabia o que vc tinha e o meu insiste em achar que eu devo ter algum problema físico ou sei lá o que...
    Achei engraçado o fato de vc não conseguir identificar o que ela colocou dentro de vc! hehe E acho que vai ser sempre um tanto desconfortável, afinal é uma situação estranha mesmo ter alguém colocando uma "coisa" dentro de vc, né? Uma vez eu fui a um ginecologista que me examinou com o dedo, não doeu propriamente, mas incomodou...
    Entendi o lado da sua médica, mas acho que era obrigação do ginecologista falar pra paciente sobre o vaginismo, explicar o que é, pq acontece, aí fica a critério dela se ela vai procurar um psicólogo ou não, né?
    Bom, fico esperando vc contar a conversa com a tua mãe, então!
    Bjs

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  4. Oi! Não sou a mesma anônima do dia 11 de Fevereiro não. Essa foi a primeira vez que escrevi! Mandei um e-mail pra você!
    Beijos

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