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quinta-feira, 25 de março de 2010

Fazer ou não fazer terapia (e algumas dicas)

Depois deste post recebo um e-mail de um terapeuta sexual qualquer a me mandar passear...mas tem que ser. É a vida (é por estas e por outras que a minha psicóloga nunca vai saber da existência deste blog, pelo menos no que depender de mim, claro está!)!
Vocês são testemunhas de como eu vos tenho tentado "enfiar" a todas em terapia...é ou não é verdade?? Se alguém discordar que se acuse (mas adianto desde já que estará a mentir portanto não vale a pena :p)!!
E não se assustem, não vou dizer que fui enganada pela minha terapeuta nem que terapia faz mal, nada disso!
Mas como qualquer profissão os senhores terapeutas também devem gostar de fazer o seu dinheirinho, e deve ser chato ver os pacientes a sair do consultório felizes da vida com a cura para não voltar a meter lá os pés, o que me leva a achar que alguns parece que gostam de fazer render o peixe...
É verdade que somos muitas mulheres com vaginismo, muitas mais do que já qualquer uma de nós já pensou um dia (sou capaz de apostar que toda a mulher que ler este post começou por achar que era única no mundo...mais uma vez quem não estiver de acordo que se acuse...). Mas também é verdade que a maioria não faz terapia, pelo que não me parece que o consultório deles esteja sempre cheio de gente (bem sei que há mais problemas sexuais para além do vaginismo, mas não vejo muito mais razões para uma mulher consultar um terapeuta deste género...).
Esta lenga-lenga toda para dizer que mudei a minha opinião, não baseada na minha experiência, porque como vocês sabem já estou curada há uns meses e sempre pensei de maneira diferente, mas passei a acreditar verdadeiramente que a cura é possível sem terapia. Provavelmente não tinha dito ainda isto com todas as letras às mulheres que não estavam a fazer terapia mas agora penso assim. Porquê?
Então porque um dos mails que recebi há pouco tempo e de que vos falei ontem foi de uma mulher que, efectivamente, fez os exercícios sozinha e acabou por conseguir. Mas atenção, há que seguir certas regras, e ela seguiu-as direitinho!!
Ou seja, esteve muito tempo a inserir os amiguinhos de vários tamanhos TODOS OS DIAS!! Eu tenho vos dito isto nos mails que vos escrevo, é tentar sempre!! Nada de intervalos! A cada dia que passa sem tentarmos metemos na cabeça que vai ficar mais difícil...é ou não é verdade?
E sabem que mais?? A primeira vez em que ela conseguiu com o parceiro NÃO lhe doeu!!Porquê? Também já disse isto a muitas de vocês por e-mail e acho que já escrevi aqui também...e não é muito dificil perceber...se os amiguinhos maiores têm praticamente o tamanho de um pénis normal, e se só as primeiras relações sexuais de uma mulher é que doem, se vocês fizerem várias vezes (muitas!) com amiguinhos primeiro, não tem como doer quando tentarem com o parceiro! A não ser que ainda esteja qualquer coisa mal na nossa cabecinha que precise de ser mais trabalhado...mas nessa altura da evolução não me parece (haverá excepções provavelmente, mas penso que poucas).
Quando comecei a terapia só pensava, cheia de terror, no momento em que a minha médica me ia mandar, efectivamente, tentar a penetração...PÂNICO!! TERROR!! NÃO QUERO!! Vou fugir da terapia e é já antes que seja tarde!!!
Não meninas!! Vocês vão MESMO se sentir preparadas, JURO! É uma questão matemática, então se o amiguinho já entrou tantas vezes com facilidade, porque é que não vai entrar uma coisa exactamente do mesmo tamanho? Resposta: vai entrar a "coisa" do mesmo tamanho!!!
Claro que há que ter em conta todos os "pormenores" que eu disse!! E, mais, a posição também é importante na hora de conseguir ou não conseguir com o parceiro!
Não sei se isto é geral, mas pelo menos comigo aconteceu e com mais uma pessoa com quem falei, e ao que a minha terapeuta me explicou é mais ou menos geral...é que nós, vagínicas, somos pessoas que gostam de ter o controlo das situações (é mau de se ouvir não é? parece que somos umas mandonas do pior :p), e isso também se reflecte na relação sexual e, por esse motivo, a coisa pode não funcionar muito bem nas primeiras vezes se ele ficar por cima! É verdade, pode parecer estranho, mas é mesmo assim! Não foi só na primeira vez, foram nas primeiras vezes em que já conseguiamos a penetração, ao início quando começávamos com ele por cima eu não descontraía totalmente, mas mal ele se sentava e eu ia para cima aquilo entrava! E para verem como está tudo na nossa cabecinha, se depois de fazer um pedacinho por cima depois mudássemos de posição para ficar ele por cima, já funcionava...porque o cérebro já tinha enviado a mensagem à amiguinha "ok, podes relaxar completamente que ela já conseguiu da outra maneira" :p! É tramada a nossa cabecinha...se é!
Bem meninas, acho que já foi informação a mais no mesmo post! Mas resumindo e concluindo, eu, K., não me teria curado nunca sem a minha terapeuta, mas quando eu a procurei nunca tinha consultado sites nem blogs de vaginismo (atenção que não estou para aqui armada em terapeuta, mas claro que ouvirmos sobre a experiência das outras pessoas ajuda!). Por isso acho que é melhor, para quem possa pagar e para quem veja, efectivamente, que o seu terapeuta parece fiável, que é sempre melhor fazer terapia. Mas para quem não consiga por algum motivo em especial, acho que seguindo os passinhos direitinhos também deve resultar. A partir do momento que conseguirem inserir qualquer coisa, nem que seja um cotonete, vocês pelo menos já conseguem se convencer que não são fechadas (como todas também já pensámos que eramos) e aí é uma questão de treino com objectos cada vez mais largos.
P.S. Dani, você também me serviu de inspiração, e muito para este post, porque acho que o seu terapeuta já devia estar bem mais avançado com a sua terapia, ainda mais quando você começou a terapia a conseguir que o seu marido entrasse um pouquinho...ele tem que saber mesmo que você já estava preparada para muito mais do que ele pensa (ou melhor, para o que ele lhe queria fazer acreditar) para ver se não faz perder tanto tempo às pessoas...não acha?

6 comentários:

  1. Oi, querida!
    Adorei demais esse seu post! Concordo com cada palavrinha que vc disse!
    Esses dias estive pensando se joguei meu tempo e meu dinheiro fora com a terapia. Acabei chegando à conclusão de que não foi em vão, foi importante descobrir a causa do meu problema, aprendi muitas coisas, tive pequenas mas importantes mudanças.
    Por outro lado, acredito piamente que se dependesse dele eu demoraria mais pelo menos uns 6 meses pra começar com os exercícios de penetração, sendo que estou muito bem com esta prática.
    Acho que cada uma de nós precisa achar seu caminho, mas é importante demais que todas saibam que a terapia não é a única possibilidade!
    Bjs, amiga!

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  2. OI,K, tudo bem.

    estive olhando, sua resposta no mês de fevereiro, quando postei um comentário, lhe parabenizando pelo blog, e mais tarde enviei-lhe um outro post, achando que vc havia deletado, desde já quero pedir-lhes mil desculpas, é que tentava encontrar meu comentário e não conseguia, mas uma vez mil desculpas.

    mas bem, ainda não sei como posso postar colocando um apelido, por isto está como anonimo, vc sabe, este assunto é muito pessoal pra que nossos nomes verdadeiros sejam expostos, certo, mais em todo caso lhe enviei um email, e assim vc saberá quem sou, ok.

    fiquei muito feliz, quando vi sua resposta ao meu comentário................

    e posso te dizer que pra mim, também não foi nada fácil.

    mais venci e eu e meu marido já estamos pensando em ter nosso filhote................

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  3. Há uma frase de Henri Ford, que cabe até mesmo para a sexualidae, e que é muito interessante: "Se você pensa que pode, ou se você pensa que não pode, de todas as formas, você está certa"
    Alguns pontos para ponderar para essa ira ao psicólogo:
    1. Certamente qualquer pessoa pode e deve tentar alternativas saudáveis para solucionar suas limitações por si próprio (aprender matemática, aprender a dirigir, aprender a transar). Alguns casos de vaginismo vão se resolver assim. Que bom!!!
    2. Alguns casos de vaginismo, com a orientação do próprio ginecologista (conversa, exercícios) e participação do paciente, conseguem ser resolvidos. Ou a paciente com amigos, parentes (mas não é fácil falar sobre o assunto... Nem tudo que é lógico é real)
    3. Há casos mais complexos que necessitam mais do que do paciente e do gineco: necessitam do psicólogo com ESPECIALIZAÇÃO EM SEXOLOGIA (para que você não dê muitas voltas, sendo mais específico). Devemos entender que o que causa trauma não é o fato em si (a dor), mas o não falar sobre o fato e se libertar dos fantasmas. Certamente, depois dos fantasmas libertos, podemos usar vários dilatadores porque só então irão funcionar. Logo, tudo depende do tamanho/intensidade dos fantasmas. Algumas pessoas ou por serem muito fortes ou por terem fantasmas pequenos, conseguem resolvê-los sós. CUIDADO, para no afã de sua ingenuidade, sem se aperceber aprisionar, aquelas que por si só não forem capazes de resolver o problema a se sentirem excluidas, menores ou incapazes. Cada ser humano é especialmente único. E as pessoa falam o que pensam (politicamente correto), mas agem com o que sentem. Que todas consigam colocar em palavras suas frustrações para que de fato alcancem a plenitude das ações que as levem a um ato sexual satisfatório.
    De toda forma acho seu blog super válido e é necessário além desta coragem de abordar o tema, vislumbrar a amplitude da questão e amplitude das possíveis soluções... Não é possível minimizar a poucas soluções um tema tão complexo.

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  4. Sou a anônima que mandou o texto de 19 de abril

    Sou ginecologista brasileira e pelo que me parece ser portuguesa ou morar em Portugal(só agora vi todo seu blog, havia lido apenas o texto de 25 de março). Uma informação: Sou formada há 20 anos numa Universidade do Rio de Janeiro e, durante a especialização minha turma foi a primeira a ter seminário sobre sexualidade e sei que infelizmente isto ainda é pouco divulgado nas especializações e faculdades. No entanto hoje acredito ser possível que os ginecologistas sejam capazes de dar um tratamento muito além de lubrificantes ou anestésicos. Muitos casos de vaginismo podem ser resolvidos por uma conversa atenta e prescrição de exercícios já nesta primeira fase, do tratamento com o ginecologista. Encaminho ao sexólogo os casos que demandam uma complexidade maior. Enfim, os tempos aos poucos vão mudando se tornando mais fácil não só para os pacientes, mas também ao ginecologista falar e ouvir sobre sexo! Salve o progresso!!!!

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  5. Olá doutora,
    Infelizmente a maioria dos seus colegas ainda não está dentro do assunto, e isso prejudica-nos muito, mais não seja pelo tempo que nos fazem perder a nos mandar relaxar ou comprar cremes...mas é sempre bom ter conhecimento de ginecologistas conhecedores do vaginismo, como é o seu caso!
    Obrigada por ter deixado aqui a sua opinião. Se quiser tenho o maior interesse em divulgar o seu nome e onde dá consultas, porque todas estas mulheres precisam de ginecologistas como a doutora.
    Quanto a este meu blog, o único objectivo mesmo é dizer para todas estas mulheres que este problema, por mais insolucionável que pareça, tem cura, e para lhes dar forças a procurar ajuda que, acredite, não é fácil quando está em causa um assunto tão íntimo das nossas vidas.
    K.

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  6. Por favor, o que são "amiguinhos"?Como são os exercícios?

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