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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eles...

Venho partilhar da tristeza (se é que posso chamá-la assim) da minha amiga Amor Perfeito por os nossos blogs andarem tão mortinhos ultimamente...e para confirmar se vocês continuam aí (ou se andam mesmo longe) queria pedir a vossa opinião na resposta a esta pergunta:
Será que a mulher vagínica tem uma divida eterna de gratidão para com o homem que foi seu companheiro durante anos, sem nunca a ter traído, e que esperou por ela até que ela, finalmente, se curasse ou, pelo contrário, eles não são nenhuns "super-homens", tendo apenas cumprido o seu "dever" (de ser um companheiro fiel), porque além do mais o amor é muito mais do que sexo?
E, por outro lado, será que o homem que trai a mulher vagínica por esse único motivo ou que acaba o relacionamento por causa disso, é má pessoa?
Confesso que me inclino mais para admirar o homem que espera... Traição não consigo engolir bem...mas desistir da relação também não me parece a pior atitude do mundo...afinal de contas quantas vezes nós já quisemos desistir desta luta contra o vaginismo?? A diferença é que nós não temos para onde fugir...eles têem...
O maior problema nisto tudo ainda está no facto de os homens, regra geral, não nos incentivarem a procurar ajuda nem tentarem nos ajudar (pelo menos o meu foi assim, demasiado cobarde sequer para tocar no assunto, sempre foi um tabu absoluto!). E aí sim torna-se mais grave o facto de virarem as costas.
Duvido muito que alguma relação que envolva uma mulher vagínica nunca tenha tido crises sérias por esse motivo, ou que o homem nunca tenha ponderado ir à sua vidinha...na minha relação aconteceu as duas coisas. A segunda ele nunca me confessou abertamente, mas houve uma altura em que ele perdeu, do nada, o interesse em mim. E a relação foi esfriando cada vez mais. Até que, depois de eu muito insistir, ele confessou que achava que já não me amava...meninas, doeu como uma faca no coração!! Doeu muito!! E, nessa altura, sem eu fazer ainda a mínima ideia que tinha um problema chamado vaginismo, prometi a mim mesma que iamos tentar mais vezes a penetração (deixámos de tentar uns meses depois da primeira tentativa falhada) e que eu ia conseguir! Nem é preciso vos dizer que nem tentativas de penetração houve, quanto mais alguma conquista. Isto foi com 7 anos de relacionamento.
Mas, confesso-vos, uma coisa que sempre me intrigou foi o facto de eu ver mil e um relacionamentos à minha volta a acabarem, por todos os motivos e mais algum, e o meu ia aguentando, apesar das várias crises. Mesmo sem o "verdadeiro" sexo, nós fomos nos aguentando...umas alturas mais firmes, outras nem tanto. E confesso também que quando estávamos em fases más eu tremia só de pensar em ficar sem ele, porque achava que se não me curasse com ele nunca mais ia encontrar alguém que aceitasse a minha condição (eu sei que isto soa a amor interesseiro, mas acreditem que não é, só que era mais forte do que eu esse pavor!). Nessa altura eu também não fazia ideia que, afinal, nós não precisamos de um homem para nos curarmos, por mais estranho que tal pudesse soar ao início.
Quando contei à minha mãe do meu problema, elogiei o F. Ela chegou a dizer que quando há amor é natural que seja assim. Mas eu disse-lhe que não era bem assim. Uma das minhas grandes amigas que sabiam da minha história, disse-me categoricamente que, por mais que tivesse certeza do amor do companheiro por ela, achava que ele não esperaria por ela. Sei de uma história que se conta na minha terra de um casal novo que namora há séculos e que "não fazem sexo" (foi assim que me contaram, com um ar muito escandalizado...) e ela é a única que não sabe que tem um belo par de cornos...
Isto tudo para dizer que, dada a peculiaridade da espécie masculina, tenho que confessar que, por mais defeitos que o F. tenha (e tem vários, como aliás toda a gente!), não consigo deixar de admirá-lo por ter esperado por mim, sem nunca me ter traído (chame-me ingénua quem quiser, mas até prova em contrário eu acredito piamente no que acabei de dizer!). E dou graças a Deus por ter aparecido este homem na minha vida. Se um dia nós nos separarmos, aí eu vou ter certeza absoluta que Deus o colocou na minha vida por dois motivos em especial: para me dar a conhecer uma pessoa que, apesar de às vezes não ser o melhor namorado do mundo, é um ser humano que eu admiro imenso (e isto vai muito mais para além do facto de ele ter esperado por mim) e que não quero perder nunca nem que seja como amigo, e para me ajudar a curar o vaginismo. Porque eu precisava de alguém como ele.
Por isso, a ti, meu amor, que mesmo sabendo da existência deste blog nunca passas por aqui, e mesmo sabendo que não vais ler este texto (aliás, se alguma das meninas chegar ao fim deste testamento já é uma vitória para mim :p), o meu obrigado por me teres ajudado. Não activamente, é verdade, muitas vezes ainda mais cobarde do que eu, também é verdade, com momentos em que não acreditaste que eu um dia iria conseguir, eu sei que isso também é verdade, mas esperaste!E isso eu tenho que te agradecer. A minha primeira vez não podia ter sido com uma pessoa melhor! Obrigada por isso. Amo-te.

10 comentários:

  1. OI, K. acabei de ler seu testemunho e axo que o homem, que ajuda ou ajudou uma mulher com este problema, deve sim ser chamado de Super-Herói, e não apenas por nos dá forças, ânimo, mas principalmente pela fidelidade dispensada.
    lógico que t, não devemos julgar como más pessoas o que não consegue continuar a luta, pois como homens que são sabemos das suas necessidades.

    e quanto ao seu muito obrigado, ao seu amor, me fez acordar, pois em meio a tanta felicidade ao conseguir esta grande benção, me esqueci de também agradecer a quem me esperou, me apoiou, incentivou a chegar, mesmo as vezes ele mesmo contrariado com a situação, procura sempre me dar todo apoio possivel, POXA!! e ao ler isto, caiu a ficha que nem mesmo um OBrigado o dei........

    irei o mais rapido possivel retribuir sua dedicação pelo nosso casamento, nosso amor, nosso futuro.

    assinado, MEL

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  2. Oi, K!
    Lindo seu post, li inteiro, como sempre leio e sempre lerei! Quando não tiver comentário meu, pode ter certeza que foi por culpa da minha conexão à internet que vive querendo sabotar minhas relações virtuais! hahaha
    Acho que a participação de nossos homens é muito importante, agradeço sempre ao meu marido, pq a cada tentativa nossa, eu vejo como ele está se esforçando pra me compreender e como essa compreensão é fundamental pra minha evolução. Agora super-herói ngm é não, se temos alguém do nosso lado foi pq Deus decidiu que precisávamos dessa pessoa e que por algum motivo ele precisava passar por isso conosco! Esses dias, inclusive, fiquei muito emocionada com meu marido. Pq eu disse a ele que queria ter descoberto essa doença antes, pra ter me curado com meu primeiro namorado e poder chegar a ele sem esses problemas e ele me respondeu que não queria que tivesse sido diferente e que ele é feliz por poder estar do meu lado num momento que eu preciso tanto! Fala se não é de amar demais esse meu marido? rs
    Bjs

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  3. Amiga,

    Admiro intensamente os homens que, mais que esperam, ajudam suas mulheres diante de um problema tão doloroso. Doloroso no corpo, na alma... Ter vaginismo é muito mais do que ficar sem sexo, e nós sabemos disso. É perder a autoestima, ver os sonhos ficarem mais longe, ver a angústia de si mesma e de quem se ama.

    Felizmente, nossas amigas (a maioria) vive uniões marcadas por companheirismo. Independentemente da situação, meninas, envolvam seus parceiros na luta e façam-nos entender o que passam, mostrem o que é esse problema. A maioria deles não tem ideia do que vaginismo. Depois que fizerem isso, provavelmente serão eles que passarão a admirar mais e mais vcs, pela força que têm.

    Bjs a todas

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  4. Teho vergonha de m identificar, mas preciso desabafar com alguém que eu acho que vai me entender...
    Exatamente hoje, há algumas horas, meu namoro de 4 anos e meio acabou...
    Eu tento pensar que não foi só o vaginismo, mas nada tira da minha cabeça que foi.
    Nós éramos jovens quando começamos a namorar, e chegou o dia em que tentamos tranzar e não deu. E foi assim durante 2 anos e meio até eu começar a terapia. Não adiantou.... com o tempo eu não queria mais sexo, eu fugia, eu negava, u não sentia mais tesão....
    Me pergunto se eu deixei de amá-lo, e eu acredito que não.... mas esse problema tomou conta, perdi o controle.
    Eu admiro muito meu (ex)amor, só consigo chamá-lo assim. Admiro pelos 4 anos e meio que ele passou ao meu lado, sendo um homem jovem, e tendo desejo; s e eu muitas vezes negando... (ele dizia "não precisa ter penetração, mas a gente precisa ter contato sexual"). Eu amo muito ele, e estou totalmente perdida agora.... mas preciso ter calma.
    Só preciso dizer que todas nós que passamos por isso ao lado de pessoas tão especiais, que nos amam de verdade (porque é necessário muito amor para esperar, superar, ajudar) somos abençoadas! E eles que nos ajudam são verdadeiros anjos. Impossível duvidar desse amor que tem tanta paciencia para esperar...

    Infelizmente o meu não conseguiu superar mais... :\

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  5. Queria falar melhor consigo, mas visto que não tenho como contactá-la vou escrever aqui mesmo. Mas peço-lhe que crie um e-mail com um nome falso e me escreva me tiver vontade. Porque gostava de falar mais consigo. Fiquei preocupada consigo, mesmo não sabendo quem é...
    Neste momento, mais do que admirar o seu namorado por ter estado consigo, o mais importante é pensar em si e, mesmo que a vossa história não tenha retorno, você tem que lutar pela SUA felicidade.
    Sabe, não é comum as vagínicas fugirem completamente de ter uma vida sexual com os parceiros. Nós aprendemos a ter a nossa sexualidade, diferente da de todos os casais, mas temos sexualidade! E pelo que vc conta vc anulou completamente a sexualidade da sua vida, e isso não é saudável!
    Ouça, os terapeutas existem para nos ajudarem! E não é porque você não se deu bem com um que eles não prestam todos! Voce precisa de ajuda para, antes de mais, deixar de fugir de ter uma vida sexual e, depois disso então, curar o seu vaginismo. E para isso você vai precisar, sim, de um terapeuta!
    Dê uma oportunidade a outro terapeuta, por favor, por si! Procure um terapeuta sexual (talvez se sinta melhor se for uma mulher). E se não gostar desse, procure outro! Mas não desista, vc precisa mesmo de ajuda!
    Se quiser diga aqui no blog de que Estado é vc, pode ser que alguma das meninas seja do mesmo Estado que voce e conheça já algum terapeuta.
    Eu quero mesmo ajudá-la no que puder. Diga qualquer coisa quando ler este comentário. Fico aguardando.

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  6. Eu li hoje a resposta que me deste. Eu já faço terapia há pouco mais de um ano, mas mesmo assim, me anulei de ter uma vida sexual, pois é muito dificil para mim estar "cara-a-cara" com o problema.
    Sabe o que é pior K.? Meu ex namorado quer ficar solteiro, ele já conversa com outras meninas.... Vai acontecer que ele vai achar uma guria, ela não vai ter esse tipo de limitação, e ele vai esquecer de mim... :\
    Tu não sabes o quanto eu estou sem chão, com raiva de mim, com ódio.... Não sei o que fazer :\

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  7. Eu sou a "Anônima" que tu respondeu no dia 4 de abril.

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  8. Tchay...se o seu ex-namorado se esquecer de vc não é porque encontrou alguém que lhe dê sexo. Porque o sexo é bom numa relação, claro que é, mas ninguém anda com ninguém só porque o sexo é bom (ou existe), nem ninguém ama ou deixa de amar alguém por ter ou não ter sexo com essa pessoa.
    Esse sentimento de ódio por ti mesma não te ajuda em nada. Tu não tens culpa de nada!! Toda a gente tem problemas psicológicos em algum momento da sua vida, vc está enfrentando o seu...o problema é que esse problema precisa de ajuda profissional, porque sozinha voce NAO consegue! Não consigo te dar conselho melhor, voce tem que procurar terapeuta urgentemente, pelo vaginismo e não só, pelo seu desespero, pela sua fuga a todo o tipo de sexualidade...isso não é saudável! E se voce nao procurar ajuda ninguém vai fazê-lo por si. Infelizmente esse é um problema cuja iniciativa para a solução está apenas nas suas mãos.
    Pense no seu amor próprio e nao sofra mais sozinha, por favor.
    Beijos grandes

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  9. Olá há algumas semanas venho acompanhando seu blog, o que tem me ajudado muito... sou casada há 6 meses, namoramos 2 anos e decidimos nos guardar um para o outro(acreditem se quiser)e não me arependo disso, nem ele, mas na lua de mel vcs já devem saber o que se passou. Quando voltamos de viagem fui logo à uma ginecologista que me chamou de "manhosa" em outra palavras, então decidi esperar a carência do meu plano de saúde e fui à outra melhor que me deu mais segurança, como nunca hava sofrido abuso sexual e nem haviam causas mais evidentes ela demorou a dizer com certeza que se tratava de vaginismo, mas depois de recorrer aos calmantes e tudo o que estava aseu alcance, ela me indicou uma terapeuta, com quem terei a minha primeira consulta na próxima segunda.

    Bom agora que já me conhecem um pouco, gostaria de deixar minha opinião sobre o post. Acho de fundamental importância o apoio do companheiro, o meu me apoia incondicionalmente. Agora eu pergunto, se fossem vossos amores que estivesse sofrendo de impotência, por exemplo, não podendo, por mais que quisessem (já que muitas vezes também se trata de um problema de cunho pscicológico), satifsfazê-las com a penetração, por acaso vcs o abadonariam? acredito que haja mil e uma maneiras de satisfaze-se sem a peneração, nós bem sabemos disso. Acredito ser muito egoísmo alguém abadonar seu companheiro(a) a que diz amar porque este não estar correspondando às suas necessidades, acaso nós mulheres em nossos dias férteis não ficamos subindo pelas paredes (ao menos eu fico) e se parceiro não pode ou não consegue corresponder nesses momentos seria motivo de procurar outro que o faça?

    Para mim, amor é uma decisão de estar com o outro nos bons e maus momentos e não se baseia apenas num sentimento.

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  10. Olá Anónima!
    Gostei muito das suas palavras, na minha opinião você tem razão sim.
    Eu só acho que não é justo para eles as mulheres não procurarem tratamento e fugirem da cura com medo, apesar de eu própria ter feito isso durante muito tempo. Quanto ao resto você está certa sim. Pena que nem todos pensem assim...

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