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terça-feira, 20 de abril de 2010

Problemas de ansiedade

Muitos dos problemas/medos com que nós, (ex)vagínicas (eu continuo com alguns deles), nos debatemos na nossa vida devem-se ao facto de termos uma personalidade ansiosa, típica de mulheres com vaginismo.
Se cada uma pensar no seu dia-a-dia, com certeza conseguem se lembrar de alguma actividade não relacionada com a sexualidade que vos cause ansiedade (claro que toda a gente tem seus stress e problemas, independentemente de ter vaginismo ou não, mas muitos dos nossos obstáculos devem-se a termos esta característica específica). No meu caso, por exemplo, são/foram (algumas já curadas, outras nem tanto): conduzir (um obstáculo que já esteve muito mais longe de ser passado), andar de transportes públicos a horas não perigosas mas que a mim me perturbavam, falar em público, e muitas outras que agora não vêem ao caso.
No início da terapia, como aliás já vos contei, a minha terapeuta mandou-me enumerar, numa escala de 1 a 8, o grau de ansiedade que cada uma dessas actividades "críticas" me causavam, de forma a escolhermos os alvos a abater, um por um! E assim fiz.
E ela ensinou-me uns exercícios respiratórios para ajudar a diminuir a ansiedade, mas que só têm efeito quando ela está mais ou menos entre os níveis 3 e 6, ou seja, num nível médio. Se estivermos muito ansiosas não resulta (lamento desapontar-vos).
Não vai ser fácil descrever o exercício, e provavelmente vai parecer estúpido, e as primeiras vezes que tentarem não vão sentir nada. Mas há que ser persistente. E treinar várias vezes porque, efectivamente, resulta. Comigo resulta. E a explicação para isso tem a ver com o funcionamento do nosso corpo, especificamente da respiração (mas confesso que não me lembro qual é, sorry).
Então vou tentar explicar da maneira mais fácil. Basicamente resume-se a respirar calmamente mexendo apenas a barriga. O peito tem que se manter imóvel. Se pensarem, quando respiram fundo para tentar se acalmar, o peito é praticamente a única coisa a mexer. Mas não, ele tem que ficar parado. Para ganharem o jeito mais facilmente, experimentem pôr a mão sobre o peito, para garantirem que ele não mexe, e tentem mexer só o abdómen enquanto respiram. Atenção, mais uma vez repito, isto só resulta se estiverem com um nível de ansiedade médio no momento.
E ainda quanto às situações que nos deixam ansiosas (desta vez não focando o vaginismo em especial), quando estiverem a fazê-las (e têm mesmo que fazê-las, porque sem prática nunca vão superar esses obstáculos), há ainda mais um truque que devemos respeitar: não parar de fazer as actividades quando estamos no nível mais elevado (ou seja, normalmente depois de qualquer coisa correr mal). Não! Se fizermos isso o nosso cérebro vai cada vez mais associar essa actividade a sofrimento e vamos criar uma aversão cada vez melhor. Por exemplo, no meu caso, se o carro se for abaixo numa subida e eu ficar muito ansiosa, não posso mandar o meu namorado passar para o volante e está resolvido o problema. Não! Tenho que arrancar e continuar a conduzir, e só parar quando tiver num nível baixo de ansiedade. E sim, ele vai necessariamente baixar, isto porque o corpo humano não aguentar mais de poucos minutos no nível máximo de ansiedade (desculpem, a minha psicóloga também me disse mas não me lembro, já foi há mais de um ano). Portanto, toca a cumprir estas dicas que são muito importantes. Em tudo!

P.S. Como é óbvio, todos os terapeutas mandam-nos deixar de tentar a penetração quando começamos o tratamento, logo esta coisa de enfrentar os obstáculos e não os evitar não se adequa às tentativas de penetração nessa fase. Mas vale para tudo o resto!!
P.S.1. Depois quero saber se os exercícios de respiração resultaram convosco! Mas quero sinceridade, ok?

4 comentários:

  1. Amiga,

    Não consegui respirar sem mexer o peito... acho mesmo que estou num nível elevado de estresse por esses dias. Obrigada pelas dicas. Seguirei todas!

    Bjs

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  2. Oi, amiga!
    São os meus exercícios de respiração que eu fazia quando tratava minha coluna (com RPG), são bem difíceis de fazer no começo, né? Mas não sabia que eles "acalmavam", pra mim o objetivo dele estava ligado ao exercício mesmo... achei muito interessante! Vou fazer sim!
    Só estou com uma dúvida: quantas vezes eu respiro? O suficiente pra eu me acalmar, é assim? Tipo pode ser mil vezes? hehehe
    Bjs

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  3. concordo plenamente com vc K.
    a ansiedade é o que mais atrapalha no problema do Vaginismo.

    confesso que mesmo já estando curada, a ansiedade ainda vem me torturar, e as vezes até quebra o clima.

    eu sou praticamente ansiosa com tudo,
    tenho o mau habito de roer as unhas, já tentei de todas as formas, mais ainda não conseguir controla-la.

    pra vcs terem noção, visito este blog todos os dias e super ansiosa pra ver se tem um novo post ou novo comentários, quando não fico até tristinha, mas passa umas duas horas, ih volto lá, "será que a K. colocou um novo post"

    isto é muito sério. rsrsrsrs

    vou tentar fazer os exercícios.

    MORENA

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  4. Amor Perfeito, invejo o seu optimismo mas é normal que não consiga logo à primeira. Tem é que tentar mais vezes que consegue, a sério que sim (consegui isto antes de sequer inserir um dedo na vagina, é mais fácil, garanto =), foi o primeiro exercício de todos na terapia). E tente mesmo porque isto dá jeito às vezes.
    Dani, parti-me a rir com o "tipo pode ser mil vezes?". Não. No máximo só podem ser 100. Ahah brincadeirinha =P. Se você estiver a fazer certo vai resultar logo, portanto se à quarta/quinta "respiração" (não queria falar em inspirar ou expirar porque isso dá ideia a puxar pelo peito...pelo menos a mim dá, e não é isso que se pretende neste exercício como vocês sabem) se não resultar, é que não está a fazer bem e pode parar para tentar de novo daí a algum tempo ou noutra vez qualquer.
    Morena, até fiquei me sentindo mal de ter ficado mais de uma semana sem postar nada aqui =(...tão querida vc! Sabe que eu tb faço isso com os blogs das outras meninas, tb vou ver se ha novidades às vezes mais do que uma vez por dia =p. Mas tente fazer os exercícios sim, há sempre alturas nas nossas vidas em que dá jeito.
    Beijos a todas

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